sábado, 5 de julho de 2014

Não jogaremos contra o exército de Hitler


Desde que concretizou-se a possibilidade do Brasil enfrentar a Alemanha nas semifinais, os comentários acerca da partida são os mais céticos possíveis. O povo brasileiro definitivamente teme a equipe alemã e encara o confronto com um medo, a meu ver, injustificável. Esse sentimento tornou-se ainda mais latente após a notícia de que Neymar não mais jogará essa Copa do Mundo.

O time alemão tem qualidades que são incontestáveis, dentre as quais eu destacaria a sua forte defesa, a obediência tática e o entrosamento, visto que o grupo já joga junto há um tempo considerável. Todavia, é fundamental observar o histórico da Alemanha neste mundial: só conseguiu vencer com um adversário com diferença de mais de um gol, na já distante estréia, diante de Portugal. 

O Brasil também não vem jogando um futebol dos mais vistosos, mas possui, igualmente, suas virtudes. Não irei procurar o lado positivo da ausência de Neymar. Não há! É ruim tanto no aspecto técnico quanto emocional. No entanto, penso que esse desfalque é superestimado, raciocinado muito mais pelo lado chocante e lamentável de ver um jogador do seu calibre precocemente fora do Mundial. Olhando de um modo mais frio, o último jogo que Neymar efetivamente desequilibrou foi contra Camarões, ainda na etapa de grupos da competição.

Não estou aqui tentando transmitir a ideia de que a Alemanha é fraca e o Brasil é o favorito absoluto, nada disso. Não há favorito numa semifinal de Copa do Mundo entre um penta e um tricampeão. Penso que será um jogo fechado, acirrado e onde o detalhe decidirá a partida. Devemos, portanto, respeitar a seleção alemã, mas esse temor exagerado deve ser combatido. Temos a torcida ao nosso lado e o Brasil tem todas as condições de seguir adiante no certame. Mesmo contra a Alemanha. Mesmo sem Neymar.

Por Arnaldo Mascarenhas Arraes Lage