Decisões nos pênaltis, jogos eletrizantes, jogador suspenso. Dentre tantos acontecimentos grandiloquentes dessa Copa do Mundo, o que mais despertou a minha atenção, até o momento, foi uma atitude de Neymar, talvez até corriqueira. O camisa 10 da Seleção Brasileira, após um dos treinamentos, estava sendo, como de costume, bastante assediado pelas pessoas em busca de uma lembrança do jogador. Foi quando uma criança especial, com deficiência física, pediu um autográfo. O craque, então, perguntou o nome do garotinho e ele disse que se chamava Rian. Em seguida, Neymar questionou se era com 'y' ou 'i'.
O interesse de Neymar em eternizar sua assinatura na camisa do menino com seu nome correto deixou-me positivamente surpreso. Normalmente, nessas ocasiões, os astros, mesmo bem intencionados, na ânsia de atender o maior número possível de fãs, não se atentam muito a detalhes como este. Para Neymar seria só mais um autógrafo, dentre milhares que fazem parte de sua rotina. Para o garotinho, no entanto, foi um registro histórico, que possivelmente vai guardar até o fim de sua vida.
Neymar fez um golaço com essa demonstração de respeito a quem admira seu trabalho. Os detalhes para mim dizem mais do que as atitudes ditas maiores. O atleta brasileiro, num pequeno e raro gesto, mostrou que é humano, pé no chão e humilde.
Por Arnaldo Mascarenhas Arraes Lage
