segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Candidatura de Eduardo Campos à Presidência é irreversível


Chega até a ser engraçado acompanhar alguns veículos de comunicação nacionais quando abordam o projeto do PSB de ter candidatura própria ao Governo Federal. Quase sempre, abrem uma dúvida que não existe: se o candidato será Eduardo Campos ou Marina Silva. Ora, Eduardo Campos é o nome do partido e não há o que se discutir.

Tudo bem que a política é dinâmica, mas vamos aos acontecimentos: não é de agora que Eduardo Campos articula seu projeto de chegar à Presidência. Esse trabalho vem acontecendo há alguns anos, e pode ser constatado por desde a sua forma inovadora de governar o estado de Pernambuco até o processo de fortalecimento do Partido Socialista Brasileiro, sigla que mais cresceu no país nos últimos tempos. Qual o sentido de romper com a presidente Dilma para apoiar Marina Silva, que embora esteja filiada ao PSB, deixou claro desde o início que sua permanência no partido será temporária, só até que a Rede de Sustentabilidade esteja reconhecida no seu âmbito legal.

Não tem fundamento que, depois de toda essa movimentação, Eduardo Campos recue. O Governador é inteligente, sabe o preço que pagou e está pagando por romper com o PT, que não mede esforços para retaliá-lo. Então, vale o questionamento: quem estruturaria seu partido, faria um governo brilhante e tomaria uma decisão difícil como essa de encerrar uma aliança de mais de 20 anos para apoiar uma candidata que sequer tem laços com sua instituição partidária?

Nada contra Marina Silva, pelo contrário: ela é um brilhante quadro da política brasileira e teria o direito legítimo de ser candidata ao Palácio do Planalto. Entretanto, como ela mesma reitera sempre: entrou no PSB sabendo que já existia um projeto e seu ingresso foi condicionado a apoiá-lo. Quando você, caro leitor, ler ou ouvir que a candidata do PSB é a ex-senadora Marina Silva, tenha convicção: o intuito é apenas gerar polêmica. Esta possibilidade é quase tão remota quanto o Náutico ser campeão brasileiro de 2013.

Por Arnaldo Lage